Este é o trabalho da aluna Ana Sofia Nabeiro Carrilho, do 9ºB da EB de Ammaia - AE de Marvão
Hey, hey, amigos! Tudo bem? Espero que sim!
Bem, eu sou o Lupin e vou contar-vos a história de como
conheci o homem da minha vida! E sim, eu sou gay! Já ele, ele é bissexual.
Há décadas, quando eu era só um pequeno lobisomem, havia uma
vila enorme, cheia de outros da minha espécie. Passávamos o ano inteiro
escondidos pelas árvores e arbustos de uma floresta mágica. Era lindo! Porém,
ninguém nos podia impedir de passear livremente na sociedade humana quando
chegava outubro, o mês das criaturas sobrenaturais, mas relaxem, não somos tão
assustadores como os humanos descrevem. Apenas temos o instinto primitivo de um
lobo, o que nos dá uma força inimaginável, e uma quantidade bizarra de pelo no
corpo... Mas isso não interessa!
Naquela altura, eu tinha os meus catorze anos, andava no nono
ano e, antes que perguntem, sim, os seres sobrenaturais também estudam! Nós
poderíamos andar todos juntos, num internato gigantesco, maaaas, graças aos
nossos tataravós, lobisomens e vampiros eram inimigos mortais e a comunidade
sobrenatural preferia seguir os “mais poderosos”, por isso nós, lobisomens,
acabámos por ser isolados do resto da nossa sociedade.
Eu nunca fui rapaz de seguir regras e felizmente Ele também
não era. Alec, é o nome dele! O vampiro mais lindo, sedutor e promíscuo que já
conheci. Na altura, eu, ele e mais um zombie, o Edd, éramos inseparáveis. Mais
tarde, ficámos conhecidos como “trio mortal”, graças a um incidente que vos vou
contar mais à frente.
Nós três conhecemo-nos num dia de caçada dos lobos. O Alec
tinha saído durante o crepúsculo do dia trinta, os pais organizaram um jantar
com os magnatas de todas as espécies de seres não-humanos existentes, mas ele
odiava este tipo de coisas. Os pais dele eram os líderes da espécie. Já o Edd,
bem, aquele cabeça oca andava só a vaguear por aí. Nenhum deles sabia a importância
do dia e também não sabiam o perigo que representava invadir a floresta em
época de caça.
Lobisomens têm a oportunidade de despertar o seu lado
animalesco uma única vez no ano, na caçada, e ninguém sobreviveria a um ataque.
Ambos tiveram a infelicidade de encontrar o mais agressivo dos lobos, sorte que
o meu grupo estava por lá! Já os tinha visto antes e sempre admirei o Alec, por
isso não hesitei em coordenar o meu grupo para protegê-los. Depois de os
deixarmos a salvo, o grupo dispersou-se e eu fiquei por lá, para garantir que
estavam mesmo bem. Nisso, acabámos por conversar bastante e descobrir que temos
muito em comum. Não foi difícil formar uma amizade.
Um tempo depois, talvez dois, três anos, os magnatas dos
lobisomens e das outras espécies fizeram um acordo para não prejudicar as
próximas gerações e juntaram todos, criando também uma escola para todos. Por
um acaso, encontrei o Alec e o Edd em questão de minutos na nova escola. Passámos
a andar sempre juntos, protegíamo-nos uns aos outros como irmãos e ninguém, ou
quase ninguém, se atrevia a arranjar confusão com os filhos dos líderes mais
poderosos e influentes. Isso trouxe-nos uma popularidade enorme, tínhamos
imensa gente à nossa volta, especialmente raparigas, mas a nossa ligação era
tão forte que nem elas nos separaram. Muitas tentavam seduzir-nos só para ter
popularidade, o que era ridículo. Como já referi, o Alec tem uma beleza
sobrenatural, logo a maioria das raparigas e até alguns rapazes estavam sempre
à volta dele. Isso irritava-o profundamente, mas algo sempre o mantinha
sossegado. Na altura não sabíamos o que era, mas, mais tarde, descobrimos que
era o meu odor característico. Ainda não entendíamos o motivo, por isso nem nos
importámos, apenas fez com que tivéssemos ainda mais motivos para nunca nos
separar. Sabíamos que tínhamos um poder enorme, se nos irritássemos e não nos tivéssemos
um ao outro para nos acalmar, poderíamos destroçar totalmente alguém! O que
acabou por acontecer...
Com dezasseis anos, além de admirados, éramos temidos por
todos os que nós conhecíamos. Estávamos preparados para mais um ano incrível, porém
um grupo de dragões entrou na escola. Eles achavam-se os reis do mundo e tiveram
a infelicidade de “esbarrar” connosco. Eles gozavam com o Edd, isso irritou o
Alec, que os confrontou verbalmente, mas aqueles montes de escamas, além de
burros eram cabeça-quente e quiseram começar um confronto físico. Estava tudo
normal até eles se juntarem e distraírem o Alec; quando o fizeram, atiraram-no
ao chão e começaram a dar-lhe pontapés, eram três dragões contra um vampiro,
era injusto. E esse foi o pior erro deles! Naquela altura, já tinha percebido
que o que sentia pelo Alec não era só amizade, eu amava-o e estava disposto a
entrar no fogo por ele. Deixei que as minhas garras e presas saíssem e fui para
cima de um deles. Menos de um minuto depois o que eu mais via abaixo de mim era
sangue e um corpo desacordado e maltratado. Com a distração dos outros dois, o
Edd foi para cima de um deles e o Alec mordeu o outro, sugando toda a
vitalidade dele. Juntei-me ao Edd e começámos a destroçar o “líder” daqueles
otários, foi ele quem mais falou do zombie e foi ele que mais bateu no Alec, a
minha fúria era incontrolável e, assim, mais um deles perdeu a vida. A escola
toda soube em menos de uma hora, o único que sobreviveu foi mandado para o
hospital e nós os três, para a direção, felizmente o diretor entendeu e, como
as regras da nossa sociedade são diferentes, foi-nos apenas aplicado um castigo
pequeno e o Alec foi mandado para a enfermaria com um olho roxo e um corte no
lábio. E nem assim o maldito deixou de ser bonito, raios! E foi assim que ganhámos
o nome de “trio mortal”. Felizmente, esse foi o único imprevisto que tivemos.
Depois disto, tornei-me ainda mais protetor e possessivo, a tal
ponto que quase não permitia que se aproximassem deles! Com o passar do tempo,
o que sentia pelo vampiro só ficava mais e mais forte, ainda bem que conseguia
esconder bem o que sentia. A minha “condenação” foi ter levado o caderno onde
escrevia tudo o que sentia para a escola. Lia, uma vampira nojenta e irritante
pôs-lhe as mãos, leu tudo e mostrou ao Alec. Ele parou de falar comigo, não
andava connosco e fugia sempre que podia. Tentei pedir-lhe desculpa montes de
vezes, mas ele escapava sempre. A falta de contacto com ele deixou-me muito mal
e, podem achar estúpido, mas, passada uma semana, deixei de ir à escola, a
culpa do desconforto dele e a tristeza da separação foram mais fortes e
deixaram-me em casa por um mês. Durante esse tempo era o Edd que me enviava as
matérias e trabalhos e que me atualizava sobre o estado do Alec, que voltou a
estar com ele. Pelo que ele me contou, o Alec também sentia a minha falta e sentia-se
culpado por me fazer perder a vontade de sair de casa, mas não podia ir falar
comigo, porque os pais o castigaram por algo que ele não contara: gostar de
mim. Felizmente, passadas umas semanas, eles entenderam e deixaram-no sair.
Assim que teve oportunidade foi falar comigo. Foram os meus pais que lhe
abriram a porta, aqueles traidores deixaram-no entrar, contaram-lhe que eu não
saía do quarto nem para comer, ele ficou chateado comigo por isso, subiu para o
meu quarto, mas eu estava a dormir. Ele sentou-se na cama, pegou na minha
cabeça, pô-la no colo e começou a mexer no meu cabelo de forma carinhosa. Fui
acordando aos poucos e tive que ouvir um extenso sermão vindo dele, mas não
posso reclamar, ganhei uns bons beijos depois.
Começámos a namorar mais tarde, enfrentámos muito preconceito
e problemas, um deles sendo a preocupação de eu não ser imortal. Ele não queria
morder-me, não por não querer que eu fosse imortal, mas por medo da dor da
mordidela ser insuportável e talvez deixar-me em coma. Os nossos pais
conseguiram convencê-lo a fazê-lo. Doeu, mas não tanto como eu esperava, foi
até tranquilo.
Quatro anos mais tarde, eu tendo vinte e um anos e ele,
vinte, casámo-nos! Tivemos que fazer duas celebrações, uma com tradições vampiras
e outra com tradições lupinas e, tenho que admitir, os vampiros são muito mais
animados, mas não contem aos lobos!
Até pensamos em adotar crianças, mas eu sou desastrado e ele
impaciente de mais por enquanto, vamos contentar-nos em cuidar das crianças da
vila!
Felizmente, não tivemos mais problemas e, por incrível que
pareça, era raro discutirmos e, quando acontecia, ele e a carência dele não
aguentavam muito tempo longe. E assim vamos viver a nossa eternidade. Felizes e
tranquilos! Ah, continuamos a ser amigos do Edd, ele e a esposa estão sempre
connosco, até porque vivemos juntos agora!
É isso, a última página deste caderno é a melhor parte da
minha vida. Até mais!