16 de novembro de 2021

LUPIN e ALEC - Ser Escritor é Cool

Este é o trabalho da aluna Ana Sofia Nabeiro Carrilho, do 9ºB da EB de Ammaia - AE de Marvão 


Hey, hey, amigos! Tudo bem? Espero que sim!

Bem, eu sou o Lupin e vou contar-vos a história de como conheci o homem da minha vida! E sim, eu sou gay! Já ele, ele é bissexual.

Há décadas, quando eu era só um pequeno lobisomem, havia uma vila enorme, cheia de outros da minha espécie. Passávamos o ano inteiro escondidos pelas árvores e arbustos de uma floresta mágica. Era lindo! Porém, ninguém nos podia impedir de passear livremente na sociedade humana quando chegava outubro, o mês das criaturas sobrenaturais, mas relaxem, não somos tão assustadores como os humanos descrevem. Apenas temos o instinto primitivo de um lobo, o que nos dá uma força inimaginável, e uma quantidade bizarra de pelo no corpo... Mas isso não interessa!

Naquela altura, eu tinha os meus catorze anos, andava no nono ano e, antes que perguntem, sim, os seres sobrenaturais também estudam! Nós poderíamos andar todos juntos, num internato gigantesco, maaaas, graças aos nossos tataravós, lobisomens e vampiros eram inimigos mortais e a comunidade sobrenatural preferia seguir os “mais poderosos”, por isso nós, lobisomens, acabámos por ser isolados do resto da nossa sociedade.

Eu nunca fui rapaz de seguir regras e felizmente Ele também não era. Alec, é o nome dele! O vampiro mais lindo, sedutor e promíscuo que já conheci. Na altura, eu, ele e mais um zombie, o Edd, éramos inseparáveis. Mais tarde, ficámos conhecidos como “trio mortal”, graças a um incidente que vos vou contar mais à frente.

Nós três conhecemo-nos num dia de caçada dos lobos. O Alec tinha saído durante o crepúsculo do dia trinta, os pais organizaram um jantar com os magnatas de todas as espécies de seres não-humanos existentes, mas ele odiava este tipo de coisas. Os pais dele eram os líderes da espécie. Já o Edd, bem, aquele cabeça oca andava só a vaguear por aí. Nenhum deles sabia a importância do dia e também não sabiam o perigo que representava invadir a floresta em época de caça.

Lobisomens têm a oportunidade de despertar o seu lado animalesco uma única vez no ano, na caçada, e ninguém sobreviveria a um ataque. Ambos tiveram a infelicidade de encontrar o mais agressivo dos lobos, sorte que o meu grupo estava por lá! Já os tinha visto antes e sempre admirei o Alec, por isso não hesitei em coordenar o meu grupo para protegê-los. Depois de os deixarmos a salvo, o grupo dispersou-se e eu fiquei por lá, para garantir que estavam mesmo bem. Nisso, acabámos por conversar bastante e descobrir que temos muito em comum. Não foi difícil formar uma amizade.

Um tempo depois, talvez dois, três anos, os magnatas dos lobisomens e das outras espécies fizeram um acordo para não prejudicar as próximas gerações e juntaram todos, criando também uma escola para todos. Por um acaso, encontrei o Alec e o Edd em questão de minutos na nova escola. Passámos a andar sempre juntos, protegíamo-nos uns aos outros como irmãos e ninguém, ou quase ninguém, se atrevia a arranjar confusão com os filhos dos líderes mais poderosos e influentes. Isso trouxe-nos uma popularidade enorme, tínhamos imensa gente à nossa volta, especialmente raparigas, mas a nossa ligação era tão forte que nem elas nos separaram. Muitas tentavam seduzir-nos só para ter popularidade, o que era ridículo. Como já referi, o Alec tem uma beleza sobrenatural, logo a maioria das raparigas e até alguns rapazes estavam sempre à volta dele. Isso irritava-o profundamente, mas algo sempre o mantinha sossegado. Na altura não sabíamos o que era, mas, mais tarde, descobrimos que era o meu odor característico. Ainda não entendíamos o motivo, por isso nem nos importámos, apenas fez com que tivéssemos ainda mais motivos para nunca nos separar. Sabíamos que tínhamos um poder enorme, se nos irritássemos e não nos tivéssemos um ao outro para nos acalmar, poderíamos destroçar totalmente alguém! O que acabou por acontecer...

Com dezasseis anos, além de admirados, éramos temidos por todos os que nós conhecíamos. Estávamos preparados para mais um ano incrível, porém um grupo de dragões entrou na escola. Eles achavam-se os reis do mundo e tiveram a infelicidade de “esbarrar” connosco. Eles gozavam com o Edd, isso irritou o Alec, que os confrontou verbalmente, mas aqueles montes de escamas, além de burros eram cabeça-quente e quiseram começar um confronto físico. Estava tudo normal até eles se juntarem e distraírem o Alec; quando o fizeram, atiraram-no ao chão e começaram a dar-lhe pontapés, eram três dragões contra um vampiro, era injusto. E esse foi o pior erro deles! Naquela altura, já tinha percebido que o que sentia pelo Alec não era só amizade, eu amava-o e estava disposto a entrar no fogo por ele. Deixei que as minhas garras e presas saíssem e fui para cima de um deles. Menos de um minuto depois o que eu mais via abaixo de mim era sangue e um corpo desacordado e maltratado. Com a distração dos outros dois, o Edd foi para cima de um deles e o Alec mordeu o outro, sugando toda a vitalidade dele. Juntei-me ao Edd e começámos a destroçar o “líder” daqueles otários, foi ele quem mais falou do zombie e foi ele que mais bateu no Alec, a minha fúria era incontrolável e, assim, mais um deles perdeu a vida. A escola toda soube em menos de uma hora, o único que sobreviveu foi mandado para o hospital e nós os três, para a direção, felizmente o diretor entendeu e, como as regras da nossa sociedade são diferentes, foi-nos apenas aplicado um castigo pequeno e o Alec foi mandado para a enfermaria com um olho roxo e um corte no lábio. E nem assim o maldito deixou de ser bonito, raios! E foi assim que ganhámos o nome de “trio mortal”. Felizmente, esse foi o único imprevisto que tivemos.

Depois disto, tornei-me ainda mais protetor e possessivo, a tal ponto que quase não permitia que se aproximassem deles! Com o passar do tempo, o que sentia pelo vampiro só ficava mais e mais forte, ainda bem que conseguia esconder bem o que sentia. A minha “condenação” foi ter levado o caderno onde escrevia tudo o que sentia para a escola. Lia, uma vampira nojenta e irritante pôs-lhe as mãos, leu tudo e mostrou ao Alec. Ele parou de falar comigo, não andava connosco e fugia sempre que podia. Tentei pedir-lhe desculpa montes de vezes, mas ele escapava sempre. A falta de contacto com ele deixou-me muito mal e, podem achar estúpido, mas, passada uma semana, deixei de ir à escola, a culpa do desconforto dele e a tristeza da separação foram mais fortes e deixaram-me em casa por um mês. Durante esse tempo era o Edd que me enviava as matérias e trabalhos e que me atualizava sobre o estado do Alec, que voltou a estar com ele. Pelo que ele me contou, o Alec também sentia a minha falta e sentia-se culpado por me fazer perder a vontade de sair de casa, mas não podia ir falar comigo, porque os pais o castigaram por algo que ele não contara: gostar de mim. Felizmente, passadas umas semanas, eles entenderam e deixaram-no sair. Assim que teve oportunidade foi falar comigo. Foram os meus pais que lhe abriram a porta, aqueles traidores deixaram-no entrar, contaram-lhe que eu não saía do quarto nem para comer, ele ficou chateado comigo por isso, subiu para o meu quarto, mas eu estava a dormir. Ele sentou-se na cama, pegou na minha cabeça, pô-la no colo e começou a mexer no meu cabelo de forma carinhosa. Fui acordando aos poucos e tive que ouvir um extenso sermão vindo dele, mas não posso reclamar, ganhei uns bons beijos depois.

Começámos a namorar mais tarde, enfrentámos muito preconceito e problemas, um deles sendo a preocupação de eu não ser imortal. Ele não queria morder-me, não por não querer que eu fosse imortal, mas por medo da dor da mordidela ser insuportável e talvez deixar-me em coma. Os nossos pais conseguiram convencê-lo a fazê-lo. Doeu, mas não tanto como eu esperava, foi até tranquilo.

Quatro anos mais tarde, eu tendo vinte e um anos e ele, vinte, casámo-nos! Tivemos que fazer duas celebrações, uma com tradições vampiras e outra com tradições lupinas e, tenho que admitir, os vampiros são muito mais animados, mas não contem aos lobos!

Até pensamos em adotar crianças, mas eu sou desastrado e ele impaciente de mais por enquanto, vamos contentar-nos em cuidar das crianças da vila!

Felizmente, não tivemos mais problemas e, por incrível que pareça, era raro discutirmos e, quando acontecia, ele e a carência dele não aguentavam muito tempo longe. E assim vamos viver a nossa eternidade. Felizes e tranquilos! Ah, continuamos a ser amigos do Edd, ele e a esposa estão sempre connosco, até porque vivemos juntos agora!

É isso, a última página deste caderno é a melhor parte da minha vida. Até mais!